EXPOSIÇÃO “GLIDER”

EXPOSIÇÃO

GLIDER

AUTOR

Michael Biberstein

GALERIA

Jeanne Bucher Jaeger Gallery

DESCRIÇÃO

Uma pintura é uma imagem suspensa no tempo.
Tudo está lá, tudo está sempre na pintura, mas para viajar na pintura precisa de tempo, precisa de tempo“.
Michael Biberstein (1)

A Galeria Jeanne Bucher Jaeger – Lisboa tem o prazer de anunciar a inauguração da exposição intitulada GLIDER com obras do suíço-americano Michael Biberstein (1948 – 2013), às 19h00 do dia 21 de Junho.

A exposição centra-se num grande número de pequenas e médias pinturas do artista entre 1994 e 2010, juntamente com um conjunto de obras sobre papel do mesmo período. Esta selecção só foi possível graças à estreita colaboração e parceria entre a galeria e o espólio do artista.

Michael Biberstein nasceu em Solothurn, na Suíça. Durante um importante semestre do curso de História da Arte que frequentou no Swarthmore College (Pensilvânia – EUA), Biberstein entrou em contacto com o escritor e crítico de arte britânico David Sylvester, que o encorajou a pintar para que pudesse explorar mais profundamente as importantes questões que o interessavam. Igualmente importante para a sua carreira artística foi o trabalho de Mark Rothko, que o influenciou muito.

A carreira artística de Biberstein começou nos anos 70 com processos de desconstrução da pintura no âmbito da arte conceptual. Na Suíça e pouco depois em Portugal, esta exploração levou-o nos anos 80 a começar a desenvolver trabalhos relacionados com a Paisagem com dimensões históricas, metodológicas e estéticas. Veio para Portugal no final dos anos 70, e foi aqui que criou, primeiro em Penedo em Sintra e mais tarde no Alentejo (onde viveu a maior parte dos 40 anos que passou em Portugal), um ambiente adequado para trabalhar a sua pintura.

Interessou-se pela pintura de paisagens pré-românicas e românticas, assim como pela obra de Claude-Joseph Vernet e Caspar Wolf. Foi profundamente atento ao espaço na pintura de paisagens e à forma como este se relaciona com o conceito do Sublime e com a ideia de expressar o indizível. A sua pintura desperta no espectador um complexo conjunto de emoções embutidas numa interacção cara a cara com o incomensurável e uma provável suspensão de um espírito activo. A este respeito e a possíveis ligações com a arte oriental, o artista escreveu:

“(…) o que mais me interessa na pintura oriental é a sua quietude. A pintura oriental afasta o pintor, bem como o espectador, de si próprio, de uma forma completamente diferente da pintura europeia. É isso, na verdade. É um entendimento filosófico da pintura“.

As suas pinturas induzem-nos a parar e pausar e alteram verdadeiramente a nossa visão temporal. Construídos sobre a justaposição paciente de finas camadas de tinta acrílica, convidam-nos a entrar num “campo expandido” de Paisagem através de melodias, meditação e astrofísica (que são referenciadas em muitos dos títulos da obra).

Michael Biberstein estava entusiasmado com um projecto especial quando morreu: a pintura inacabada no tecto da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa. Foi concluído após a sua morte e pode ser visto hoje graças ao generoso financiamento privado e estatal, bem como ao apoio de numerosas pessoas, o que permitiu que a sua obra final fosse concluída.

A Galeria Jeanne Bucher Jaeger organizou quatro exposições individuais da obra de Biberstein em Paris desde 2009 e o seu trabalho foi exposto em inúmeras exposições colectivas também organizadas pela galeria.

Esta exposição acontece ao mesmo tempo que a primeira retrospectiva do artista Michael Biberstein é apresentada na Culturgest, em Lisboa, comissariada por Delfim Sardo.

(1), (2)- Michael Biberstein em entrevista a Anabela Mota Ribeiro,publicada pela primeira vez na Revista Elle, 2005.

 



Outros Projetos