EXPOSIÇÃO “OS PIRÓMANOS”

EXPOSIÇÃO

Os Pirómanos

AUTOR

Rui Moreira

GALERIA

Pavilhão Branco

DESCRIÇÃO

Estava a desenhar numa casa em Trás-os-Montes, onde costuma passar umas temporadas, quando decidiu ir à janela. Dali viu dois incêndios ao longe. Voltou para dentro, pegou num livro que ia começar a ler e viu a frase “sou um gigante perdido numa floresta ardida”.

Era 2666, livro de Roberto Bolaño, e essa primeira linha, uma coincidência. “Aconteceu, simplesmente. Nem sempre as coisas precisam de uma explicação conceptual”, diz Rui Moreira ao GPS. A frase serviu de título para uma obra (e para uma exposição que esteve no MUDAM, no Luxemburgo), que integra a mostra que inaugurou este sábado, 24, no Pavilhão Branco, em Lisboa.

As referências literárias, tal como as cinematográficas, são uma constante na sua obra dedicada ao desenho. É o caso de A máquina de emaranhar paisagens e Telepath III, feitos a partir da obra de Herberto Helder, ou Nossa Senhora do Aborto, que junta uma imagem de um filme de Tarkovsky aos Pássaros de Hitchcock. Poderá ver uma série de 12 desenhos de grandes dimensões (tão grandes que um deles precisa de seis braços para ser transportado) feitos entre 2007 e 2015.

São desenhos geométricos, de paisagem e de figura, e têm um período alargado de tempo e de densidade – um dos desenhos, por exemplo, demorou cinco meses a fazer. “Cada desenho é um mundo em si próprio e, no fundo, isto é uma constelação com vários mundos”, explica. Todos, excepto um, são inéditos em Lisboa.

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