ARTS STUDIO 16

ARQUITECTO/DESIGNER

MMV Arquitectos

COLABORADORES

Projecto & Imagens Digitais: N. Zarkzewska
Desenhos: M. Cordeiro

LOCALIZAÇÃO

Graça, Lisboa, Portugal

ÁREA

370 m2

DATA

2019

DESCRIÇÃO

Localizado na Travessa da Pereira no pitoresco bairro da Graça, este projecto era um projecto desafiante. Tratava-se de converter uma área, escondida dentro de uma vila operária construída na primeira década do século XX, num estúdio de artes.

Ao aproximar-se do espaço, a primeira conclusão é a de que este exigia uma identidade bruta mas equilibrada. Assim, tivemos de ser suficientemente audazes para provocar novos sentimentos e atmosferas, sem deixar para trás a sensação de harmonia global tão preciosa e necessária aos artistas nos seus processos criativos.

De acordo com o briefing do cliente, o projecto deve contemplar espaços de pintura, escultura e fotografia, bem como serviços comuns, como uma cozinha, um armário, instalações sanitárias, escritórios e locais de encontro. A par de um controlo rigoroso dos custos. Na realidade, para isso, nada melhor do que estar no campo durante tanto tempo. A experiência de trabalho e a vontade inquieta de chegar a um resultado específico (e o nariz apenas um resultado) é a melhor fórmula para conter os custos e, ainda assim, conseguir uma arquitectura singular e irrepetível.

Isto significa que a identificação do verdadeiro valor de e no espaço pré-existente torna-se fundamental para toda a ideia. Mantivemos o pavimento e as paredes exteriores, mas construímos volumes de madeira e vidro a partir da porpusa de conter os serviços dentro do espaço. Os contentores de serviços são alinhados e articulados para se destacarem das áreas livres de trabalho que são feitas de ferro e vidro sobre uma plataforma metálica totalmente construída com barras de ferro sem qualquer acabamento ou revestimento.

Dada a natureza do projecto, quisemos experimentar algo novo, algo que trouxesse um aspecto artesanal, singular à arquitectura, como a singularidade de uma escultura. Acabou por ser a natureza bruta dos materiais envolvidos, juntamente com o factor de agregação/subtracção de elementos que nos deu o resultado que procurávamos. Por exemplo, o mobiliário permanente, concebido e construído em placas de carvalho e ferro, camuflar-se-ia no meio daquele ambiente ou, por oposição, uma iluminação surpreendente feita de malha metálica moldada que se destaca ao mesmo tempo que realça uma ventilação de luz pré-existente.

Esta abordagem dialéctica revelar-se-ia a chave do 16º conceito de experimentação do Estúdio de Artes. Os materiais, os seus desenhos e a forma como a luz funciona no espaço, tornaram-no intemporal, poético e mutante. A vibração dada pela luz e sombra altera os conjuntos, mostrando cenários diferentes. Monotório não é uma palavra que se possa usar neste projecto. Estamos satisfeitos com o resultado, pois acreditamos que é um ambiente inspirador para o trabalho criativo e esse é o objectivo final do Estúdio de Artes.

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